Complicada ou Perfeitinha?



Olá, Teleamigos!

Ainda lembro que há um bom tempo atrás as protagonistas das novelas eram mocinhas puras, corretas e muitas vezes quase canonizadas de tanta bondade que praticavam, ou ainda, pelo sofrimento vivido até o último capítulo, quando enfim, em quase martírio, encontravam a felicidade ao lado do seu amado. Ah! Que lindo, não é? Não, não! Não mesmo! Pelo menos para mim. Mas vejamos pelo lado natural da evolução na teledramaturgia e também pelo que era moda desde os folhetins.

Acontece que muita coisa mudou de lá pra cá. Hoje é comum você ouvir “que personagem melosa”, “aquela mulher só sofre e não revida”, “aquele casal parece açúcar com mel”, e por aí vai. Lembramos que nas novelas das décadas passadas, os personagens, principalmente os protagonistas, eram mais retilíneos: o bom era bom, o mau era mal, o sofredor era... isso mesmo – sofredor. Claro que havia uma exceção ou outra, mas bem poucas.

Acontece que a centralização na vida de um ou dois personagens já não agrada mais hoje. Os demais personagens da trama só serviam para complementar a vida dos protagonistas e não tinham tanto destaque. Hoje temos núcleos diferentes nas tramas, sem necessariamente ter conexão com todos os outros núcleos. E personagens em muitas tramas já não tão retos como os citados. E é nesse ponto que eu quero chegar. Quem disse que vilão não pode ter um grande amor e se ver dividido entre as maldades, mas também a ternura por algum amigo, parente ou parceiro?

E a mocinha ou mocinho também serem capazes de momentos de fúria, ou até se vingarem por ter perdido alguém ou algo. Enfim, acaba que vilões, mocinhos, heróis deixam de ser tão rotulados e ganham maior complexidade. E esses, sendo protagonistas ou não, ganham maior interesse do público. E quantas vezes vimos personagens protagonistas perderem o lugar por destaque de um personagem secundário ou até pelo vilão da história?


Lembram da Nazaré vivida por Renata Sorrah em Senhora do Destino? Pois é! Quando alguém fala dessa novela, a primeira personagem que vem a cabeça e que ninguém esquece, era a famosa Naza. E ela tem todas as características que tornam um bom personagem ainda mais atraente: ela passava por momentos que nos fazia rir, às vezes dava raiva, às vezes torcia para ela não ser pega pela polícia e às vezes comovia pelo amor que ela tinha pela filha, que sequestrou ainda quando pequena.


É bem comum lembrarmos de personagens marcantes, mas que não eram protagonistas. No entanto, tornaram-se inesquecíveis. Eu, particularmente, me divertia com Nazaré Tedesco, Flora de “A Favorita” e Clara de “Passione”. O engraçado disso é que eu sempre gosto mais das vilãs. E sei que muitos não esquecem também. Para não falar só de vilãs, porque estas dão o motivo para os conflitos mais marcantes da história, posso citar um exemplo de um personagem que está na reprise de Mulheres de Areia: Tonho da Lua vivido por Marcos Frota. Ele pode ter feito outros papéis, mas o único que ninguém esquece é o Tonho da Rutinha.


As tramas são bem melhores quando conseguem ascender muitos personagens, não deixando que a novela toda se sustente na vida dos protagonistas. Aliás, uma história "eucêntrica" é mesmo um saco de se assistir. E você, amigo Telespectado? Tem algum personagem inesquecível? Falei aqui de novelas, mas o assunto se estende também nos seriados. Um grande abraço e que me perdoem as "namoradinhas do Brasil", mas elas são um saco!


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