Fim da bobeira
Tava meio de bobeira na web quando descobri que a partir de 2011 o Casseta e Planeta não fará mais parte da programação da Globo. Logo de início fiquei surpreso, a emissora me parece meio resistente quando se trata de alterar velhos conhecidos (mesmo se estiverem com maus resultados). Mas logo entendi que a medida necessária não ocorreu de uma hora pra outra, de certa forma até demorou!
Tenho lembranças de momentos bem engraçados do programa, mas nenhuma delas foi exibida recentemente. Com dezoito anos nas costas, o Casseta terminou a adolescência com uma crise existencial muito forte, tinha bastante dificuldade de se entender como um programa, mesmo tendo uma personalidade marcante apresentada desde o nascimento. As piadas perderam sua força satírica e os personagens não eram mais memoráveis. Toda terça o final do programa era uma surpresa, as histórias em coladas uma após a outra e de repente a imagem congelava e os créditos subiam: ao invés do gostinho de quero-mais, me perguntava por que as coisas estavam daquela forma.
De fato fazer graça não é fácil e por tanto tempo é menos ainda. A capacidade de surpreender mesmo com uma identidade já cristalizada, talvez tenha sido a maior complicação enfrentada pelo Casseta e Planeta nos últimos anos. Com humor também ganhando mais espaço na TV (influência do sucesso dos stand-ups), a oferta aumentou e conseqüentemente escolhas e comparações foram inevitáveis. Nessas horas não importa tanto a forma de fazer graça, mas a capacidade de transformar atenção em risos: na medida em que se evidencia a eficiência alheia, os problemas do próprio programa tornam-se mais salientes. A baixa audiência e as recorrentes reclamações do público foram o ultimato para a decisão da turma do eterno Bussunda que, assim como a paquita quando alcança a maioridade, percebeu que havia chegado a hora de passar o chapéu.Pitaco
Eles prometem que vão elaborar um novo projeto para o segundo semestre de 2011. Isso é uma boa notícia, principalmente se o produto entrar no esquema de rodízio que tá rolando. Porém a linguagem do Casseta faz parte do DNA da Globo e se for abandonada vai deixar grandes lacunas. Por isso acho bacana mantê-la, só que em outro esquema produtivo e de veiculação: o Casseta Itinerante (trocadilho infame!!!). Ao invés de um fixo semanal, existiria um núcleo de conteúdos humorísticos que invadiria de tempos em tempos diversos produtos da grade (Domingão do Faustão, Esporte Espetacular, Fantástico, Vídeo Show, Altas Horas, Jornal da Globo, Mais Você, etc.). As séries seriam quadros temporários, criadas de acordo com a cara de cada programa. Como o Casseta e Planeta satirizava quase tudo, não seria difícil se adequar. Esse formato possibilitaria a permanência de uma linguagem já agraciada pelo público, dentro de uma estrutura mais flexível e menos enfadonha para os roteiristas que teriam maior antecipação para criar, criar, criar...
Assim que os dirigentes, produtores e ou roteiristas da Globo virem isso, irão executar. Brocou!
ResponderExcluirAdriano Vaz