2011 em 5 fatos

É tradição. Todo fim de ano os canais de TV elaboram aquela Retrospectiva. Nós do telespectados, fazendo jus à lógica da produção televisiva, criamos também a nossa. Elegemos 5 fatos marcantes desse ano de 2011. Obviamente muitas coisas ficaram de fora, o que não impede que lancemos outro post com mais 5, depois.

Para esta empreitada, temos a convidada Vanessa Brazão, graduada em Rádio e TV e que atua como assistente de produção na Band junto com Adriano Vaz, um dos mentores do blog. Degustem o post e opinem. Acha que há mais fatos marcantes? Manda aí! Através dos comentários ou no Facebook.

O "fora" de Rafinha Bastos do CQC
Uma piadinha e tudo mudou. “Comeria ela e o bebê” talvez tenha sido uma das frases marcantes do ano. Me impressiona não ter virado meme na internet. Rafinha sempre teve um humor ácido e fez muitas piadas do tipo na vida. Mas essa rendeu polêmica, e como rendeu: suspensão do CQC seguida de saída definitiva, processo, um monte de gente “apedrejando”, e muitas outras “passando a mão na cabeça”.
Independente daqueles que concordam ou não  - eu - com o tipo de humor do Rafinha com certeza a polêmica gerou revoltas. Mesmo não gostando do tipo de humor dele achei a situação bem exagerada, a piada em si não foi tão ofensiva - sem graça talvez - mas o fato é que já havia uma certa “revolta popular” que vinha de declarações anteriores feitas por Rafinha, o que tornou este episódio a gota d’agua.

Os rumores ainda não terminaram sobre como se deu essa saída. De acordo com o que diz Rafinha, as notícias fizeram tempestade num copo d`água. E a especulação sobre as conversas de bastidores rolou solta.

Mas temos que admitir que ele não fez nada além de seu trabalho, e que é obvio que existem outras questões - $ - por trás desse assunto.

A saída de Rafinha serviu para mostrar que ninguém é insubstituível. A ideia do rodízio entre os repórteres foi uma saída que funcionou bem e revelou, principalmente, as potencialidades de Oscar Filho. 

O fato é que o CQC achou uma boa solução, porém temporária. A identidade do CQC Brasil foi criada com Rafinha Bastos e é difícil de imaginar o programa sem seu humor ácido.

O problema é que o CQC em 2011 teve um ano fraco. As novidades não foram tão interessantes como nos anos anteriores. Espero que em 2012 o foco volte para as matérias, estas são fundamentais para longevidade do programa. Sinceramente, o que rola na bancada influencia muito pouco. Tudo bem que sem Rafinha o programa perde, mas nada que comprometa o humor do teleproduto.

"Tá de deboche?!": Valéria e Janete do Zorra Total
Ao mesmo tempo que gosto do surgimento e sucesso da esquete, fico chateado por saber que esses personagens são o fôlego que o Zorra Total precisava para continuar no ar. Acho importante existirem programas que dêem espaço para novidades, principalmente no humor, mas não concordo com o resultado geral do programa. Piadas e personagens em sua maioria inexpressivos sendo sustentados por apenas dois que caíram nas graças do grande público. O que deixa mais triste é que existem muitos comediantes bons ali, que infelizmente estão em um esquema de produção desfavorável - muito por conta do roteiro e da direção.
E isso é comum no Zorra. Quantas centenas de vezes você não ouviu alguém comentar sobre um show de algum comediante dizendo algo do tipo “é o Fulano, que é o personagem Tal no Zorra Total. Ele é do Zorra Total mas é muito bom!” Essa conjunção adversativa é que acredito que de alguma forma mata o brio do programa. Os grandes talentos parecem que ficam apagados quando inseridos naquela sistemática do produto.

Pôneis Malditos
É que nem a gripe. Quando menos se espera, ela te pega e nem adianta tomar qualquer medicamento: não vai curar! O jeito é esperar porque um dia passa. Foi o que aconteceu! Quem foi que lembrou disso??? Agora a música “não vai sair do lugar”, quer dizer, da cabeça...Malditos!!! Esqueci que gripe também volta...

E os sintomas se alastraram. A febre deve ter estourado os termômetros na internet. “Pôneis malditos” ficou nos Trending Topics do Twitter pois nada mais nada menos que 6 dias! Com participações nos TTs mundiais. E inclusive foi eleito o melhor na categoria “Trending Topic do Ano’, do Prêmio youPIX. E além do boom na internet, contribui para o crescimento das vendas.

O vídeo está abaixo, mas tomem cuidado!

Bate e volta do Datena
Que a vida é feita de mudanças todo mundo sabe, mas para Datena isso parece ser só um estilo de vida.

“ME DA IBAGENS!” Como dizem os imitadores do apresentador. Datena foi e voltou, mesmo. E ele não tá nem aí. Há “personagens” na TV que chegaram a um patamar onde já se sentem (porque podem) bem à vontade para levantar temas e tomar atitudes que as vezes causam calafrios tanto para a emissora quanto causaria em um outro apresentador que não tenha esse cacife. Como é o o exemplo do Ratinho, no SBT (do Silvio Santos não precisa falar né!), e o Datena é um deles.

Brincadeiras a parte o fato é que o apresentador busca aquilo que todos procuram: Felicidade, paz, estabilidade e claro dinheiro. Normalmente quando as pessoas ficam insatisfeitas com seu trabalho elas vão atrás de uma oportunidade melhor, mas no caso do apresentador, valeu a premissa de que “às vezes o que a gente precisa está bem na nossa frente” ou a outra de que “só damos valor à aquilo que temos quando perdemos”.

Muito se fala sobre questões contratuais mal resolvidas na Record. E que, com os procedimentos de contrato ele se livrara de uma baita multa. Isso ninguém pode confirmar. O fato é que, com a volta dele, reapareceu também o Ibope do programa Brasil Urgente, que havia decaído exponencialmente em sua ausência. Acredito ter sido uma escolha plausível colocar o Luciano Faccioli para apresentar no lugar dele, mas não deu certo.  
Talvez a audiência siga o apresentador, independente do programa em que está. Ele pode apresentar até a TV Globinho que vão assisti-lo. Fazer o quê?

A audiência aumentou com o Faccioli! Sim cerca de meio ponto, e só no primeiro dia. Depois se deu a queda, perdendo inclusive para o ex-colega de emissora Datena, com o Cidade Alerta, da Record. Ibope vai, Ibope vem, eis que o homem assunto deste tópico resolve romper com a emissora de Edir Macedo e voltar para a Band, junto com ele, voltam os pontos na audiência! Agora, Datena e Band vivem uma “linda história de amor”.


Sem o “Boa Noite!” de Fátima Bernardes
Uma vez fiz um trabalho na faculdade que consistia em uma resenha sobre o formato do Jornal Nacional. Na época pairava ainda uma atmosfera de invoção naquela coisa de o fundo ser a redação, com as pessoas trabalhando, que dava dinâmica, movimento, e tal. Mas além dessas características, durante as pesquisas encontrei relatos de que muitos telespectadores comentavam sobre mudanças no corte de cabelo e ou penteado de Fátima Bernardes. Bem, agora, enfim, tiveram uma mudança digna - a altura da supracitada - a respeito de Fátima, para comentarem.


Pra mim foi uma das grandes surpresas de 2011! Mais uma vez mudanças como essa mostram que existem outras boas alternativas, além da situação vigente.

A grande lição dessa mudança é uma só: Planejamento. A Globo sempre sabe o que quer e como quer, e isso é uma das bases principais do sucesso de um programa. A própria Fátima anunciou que estava conversando sobre este projeto há 2 anos. É claro que a mudança foi inesperada, mas apenas para nós telespectadores, passamos dois anos olhando para o JN e achando que aqueles padrões jamais mudariam, enquanto isso eles pensavam em como fazer, para que os telespectadores aceitassem a mudança da melhor maneira. Na minha humilde opinião, foram muito bem sucedidos.

Vi algumas vezes o Jornal Nacional, depois da saída de Fátima, e achei que rolou a maior química entre Patrícia e Boner! Sério, percebo em Poeta o esforço para informalidade que tanto o telejornal procura. As mãos recorrentes e o uso de vários recursos orais demonstram sintonia com a proposta e acredito que a tendência é melhorar.
Só acho que a Patrícia Poeta deveria dar as notícias em forma de versos, para fazer jus ao nome (tudupxi).

Já para Fátima as expectativas são grandes. Se souberem explorar seu carisma, aliado a uma linguagem televisiva inteligente, teremos manhãs melhores (e não apenas maiores!).

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