Menina, vai, com jeito vai!

Quando Amor & Sexo entrou no ar pela primeira vez em 2009, lembro que assisti com muita curiosidade. Estava intrigado pra saber como a Globo transformaria esse universo ainda tão cheio de tabus num programa que atraísse seu público sem causar tantas polêmicas à sua imagem. A emissora-líder já é tão criticada, mesmo cheia de pudores, por seus apelos em teledramaturgias e BBB’s, que seria uma surpresa particular ver um de seus teleprodutos falando abertamente sobre os meandros libidinosos do comportamento humano.

Preliminares

Com as sutilezas típicas de um primeiro encontro, Amor & Sexo fez uma temporada cheia-de-dedos com medo dos não-me-toques. Mas nem por isso deixou de ser divertido. Apesar do uso excessivo de discursos didáticos, o programa se esforçou pra introduzir naturalidade e bom humor a alguns temas ainda polêmicos, mostrando que pretendia ganhar-terreno aos poucos e que também teria muito pano-pra-manga caso retornasse.

Nos finalmentes

A programação de verão deste ano chegou e o Plin-Plin percebeu que o teleproduto poderia rolar novamente. Massa! A segunda temporada revelou alguns avanços nos assuntos sobre sexo. Por outro lado manteve um recurso que, apesar de bem feito, incomodou por sua repetição.

Mal acostumado, ou não, quando vejo um programa com auditório espero uma apresentação mais espontânea e, até de certa forma, imprecisa. Fernanda Lima faz isso com os pés-nas-costas, mas na segunda temporada ela foi incumbida de falar muitos textos prontos que quebravam a fluidez da condução. Todos foram muito bem escritos e cheios de trocadilhos legais, mas a quantidade excessiva impedia maior comunicação com a platéia, já que eram sempre ditos pra câmera. É bacana ver interação entre apresentador e auditório...

Outra mudança foi a aparência de um teleproduto mais curto, comparado aos da temporada anterior. Não sei se foi conseqüência por ter começado mais tarde (pra assim progredir no conteúdo), mas a cada duas exibições tinha a sensação de ter assistido apenas uma, só que partida ao meio. Se fosse veiculado no lugar do Globo Repórter (que poderia voltar em Abril como os demais fixos), talvez o programa ficasse mais dinâmico. O curto tempo e os textos prontos acabaram por burocratizar a hora H.

Mais uma!

A terceira temporada chegou para aquecer o inverno e, mesmo com a manutenção do curto tempo de exibição, conseguiram diminuir a quantidade de textos prontos e didáticos. A sensação transmitida é que existe maior confiança de uma recepção do público mais amistosa com relação à abordagem do teleproduto e, por isso, tantas “justificativas” não são mais necessárias.

A permanência dos quadros Strip Quizz e Sexo Selvagem é sem dúvida a decisão mais acertada da terceira temporada. As novidades até então apresentadas não conseguem passar tanta expressividade como as dos períodos anteriores, mas, pensando no programa como um todo, dá pra perceber que Amor & Sexo vem acumulando experiências bem sucedidas e tornando-se cada vez mais atrativo. Torço para que novas temporadas existam e que o crescimento continue. O difícil agora é saber se esse “ficar”, pela terceira vez, dá garantias de um relacionamento estável...

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