Dizem que a diferença entre remédios e venenos está na dosagem. Uma substância, a depender da quantidade utilizada, pode ser capaz de salvar a criatura ou levá-la de vez pra terra dos pé-junto. Sem tantas pretensões farmacêuticas (talvez alimentares), o mundo da teledramaturgia segue com o mesmo risco. Apesar das receitas semelhantes, as telenovelas possuem sutis modificações, de acordo com o estilo de cada autor. Essas mudanças, ao mesmo tempo em que minimizam os efeitos da monotonia, podem botar tudo a perder se forem aplicadas nas quantidades erradas. Como toda obra tem seus pontos negativos e positivos, resolvi reunir apenas as qualidades de alguns roteiristas para criar um quitute ideal:
Ingredientes
1Kg de casal protagonista de Carlos Lombardi
1 garrafa de vilã de Aguinaldo Silva
635g de coadjuvantes com diálogos de Maneco
1 pacote de enredo de Maria Adelaide Amaral
3 xícaras de ritmo de Gilberto Braga
1 lata de humor de Silvio de Abreu
1 colher de sopa de temas de Glória Perez
loucuras de João Emanuel Carneiro a gosto
Modo de preparo
É simples. Bate todos os ingredientes no liquidificador, aí é só levar ao forno do Projac por três meses e pronto! O quitute pode ser dividido em mais de 200 capítulos e cada porção serve em média milhões de brasileiros. Se bem conservado, tem validade estimada de nove meses a um ano. Chama os cachorros!!!
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