Quando o Baiano
pediu que eu escrevesse um post pro blog, eu pensei: vixe, sobre o que
escreverei? Temas não faltam, mas inerente à televisão, a maioria dos assuntos
que geram discussão já foi abordada. Eis que pensando e repensando num tema
legal e não maçante, vejo o seguinte tópico nos TTs - “A Lagoa Azul” (Aproveito
para recomendar o texto "A integração já começou", deste mesmo blog).
Imediatamente pensei: “não acredito que a Sessão da Tarde vai reprisar
esse filme pela milionésima vez! Esse povo não tem mais nada para exibir, não?”
E assim surgiu o tema...
Comecei a pesquisar acerca do assunto e constatei que SIM! Eles têm muitas coisas
novas para mostrar! No Brasil, compram-se em média 3 mil filmes estrangeiros por ano! Isso mesmo que vocês leram, amiguinhos: TRÊS MIL filmes por ano (sem
contar os de mercado nacional)! Fazendo uma continha rápida, vemos que daria
para exibir cerca de OITO filmes inéditos por DIA, mas salvo a Tela Quente
que vez ou outra passa uma coisa nova, o que a gente vê é aquele mesmo festival
de filmes dos quais já conhecemos até as falas. Raridade (diria até milagre) é
ver um filme inédito na ‘Sessão da Tarde’, que usarei como exemplo.
Levanta a mão
quem está cansado de ver filmes como Karatê Kid (Nem para ao menos passarem o
remake com o filhinho do Will Smith, né?), Babe – o Porquinho atrapalhado (na
cidade, na selva, na fazenda, na casinha de sapê! Affe!), O Guarda Costas (a
trilha sonora fica na cabeça pelo resto da semana! ♪ I will always love yoooou ♪), O Grande Dragão Branco (aiai... Nos velhos
tempos em que Van Damme era bom... Errr, quédizê... bom ator!), A Lagoa Azul,
De volta para a Lagoa Azul (Morram na Lagoa Azul de vez!), Velozes e Furiosos
(e variações ¬¬), Dirty Dancing (tão ‘dirty’ quanto Os Batutinhas), Velocidade
Máxima, Vovózona, As Branquelas, Homem Aranha, Carga Explosiva, Meu Primeiro
Amor, Jurassic Park, O Exterminador do Futuro, Um Príncipe em Nova York,
Curtindo a vida adoidado... G-Zuis! Poderia ficar o dia inteiro citando!
E olha que o público para esses filmes não é de se desprezar. Dados
da própria Rede Globo apontam que a audiência da Sessão da Tarde gira em
torno de 20 pontos e 55% de share em mercado nacional! Esses números não
te dizem nada? Ok, traduzindo, seriam aproximadamente 13 milhões de
espectadores por dia! Chupa essa manga! Com todo esse alcance e considerando
que são comprados 3 mil filmes por ano, como dito acima, imaginem em torno de
quanto gira o orçamento anual de uma emissora de TV para compra desses filmes!!
Aí a gente pensa: Mas já que se gasta tanto, onde é que eles vão parar?! Se
estamos todos cansados dos mesmos filmes todos os dias e se há material inédito
de sobra para a exibição, por que a mesma patacoada de sempre? Será que o público
alvo da ‘Sessão da Tarde’ - que é composto por 43% de mulheres, 80% pertencente
às classes C, D e E, na faixa etária predominantemente acima de 25 anos - não
merece uma diversão de qualidade, com filmes decentes que fujam da mesmice?
Está certo que este horário requer uma
programação mais leve e adequada às classificações indicativas de faixa etária
de acordo com seu conteúdo, mas há tantas opções melhores! Não digo que
deveriam retirá-la do ar, até porque já vimos que a tal sessão tem audiência a
dar com pau, mas poderiam deixar de fazer esse apanhado de filmes que já foram desgastados
nos outros horários. E agora entrando no mérito do cinema nacional, que tal se
investissem na exibição de produções brasileiras de boníssima qualidade às
quais o grande público não tem tanto acesso? Obras como ‘Aleijadinho - Paixão,
glória e suplício’, ‘Iracema’, ‘Ouro Negro - A Saga do Petróleo Brasileiro’, ‘O Céu Sobre os
Ombros’, ‘O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias’,
‘Quebrando o Tabu’... São tantas as variedades que
exaltam a cultura brasileira, elevam o cinema nacional e exercem papel
educacional e esclarecedor num país onde a cultura é massivamente obtida
através da televisão, que deveríamos repensar se vale à pena continuarmos
consumindo esses besteiróis norte-americanos nesse círculo vicioso. #ficaadica

Um tema, dona Millena, de utilidade pública, ou seria utilidade televisiva? Outro dia uma amiga assim velhota como eu, lembrava dos filmes da sessão da tarde da nossa infância, nos ancestrais anos 80: clássicos com o Erol Flynn pirateando pelos sete mares. Era o bom e velho cinemão hollywodiano, na época não vinha ao caso se era educativo, mas tinha seu glamour. Depois a coisa degringolou para as lagoas azuis e cia, e perdi a conta dos filmes anunciados nas campanhas de fim de ano da Globo, que só serviam pra encher a boca e os olhinhos do telespectador de água e que nunca foram exibidos. Quanto aos nacionais, é lastimável que um país com uma filmografia de qualidade tão extensa, limite-se a festivais pontuais uma vez por ano e olhe lá, que este ano não lembro de nenhuma emissora anunciando uma semana de exibição só de filmes brazucas. Em se tratando de Globo, quando ocorrem os taís festivais nacionais, os filmes exibidos são só aqueles que formam a "prata da casa". Por fim, como disse no Facebook, texto primoroso!
ResponderExcluirÓtimo texto, abre espaço para discussão!
ResponderExcluirA verdade é que não trocam os filmes, porque tem gente embolsando a verba! #falandoaverdade rsrsrs
Bem, houve uma mudança de 2000 pra cá. Na saudosa década de 90 passavam bons filmes de terror e suspense no cinema em casa ou sessão da tarde, mas hoje em dia são raridades. Existem aqueles filmes clássicos que não tem como não passar, mas hoje em dia o que vemos mesmo é filme das irmãs Olsen e besteirol para crianças com cérebro de pudim. Uma pena.
ResponderExcluirA verdade é que sempre achei a TV um pouco ditatorial,com programações e horários sempre destinados a um público em geral sem grandes mudanças.Tira um pouco da liberdade de escolha que hoje em dia temos com a internet,além de não haver censura.Vou ser um pouco preconceituoso nesse comentário,mas acho que as pessoas desses filme,digamos assim "pouco inspiradores".Deve ser raro haver pessoas que gostem de filme como 'O pianista' ou 'o orfanato' e enquanto a massa der audiência pra esses filmes genéricos,mais e mais reprises virão.Filmes nacionais também deveriam ser mais exibidos,nada contra 'Tropa de elite' porque considero um bom filme,mas há bem mais obras nacionais para serem exibidas e que não dispertam a curiosidade dos próprios Brasileiros.Enfim,não vejo mais TV só quando vou ao médico e tem que esperar a vez para ser atendido.Viva a internet e o seu poder de ter a opção de assistir o que você quiser,seja desenhos,filmes,séries,pornô,o que quer que seja,e no tempo que quiser e puder,pois isso é o que mais falta.
ResponderExcluirMuito legal o texto!
ResponderExcluirComo assim são comprados em média TRÊS MIL filmes por ano?! Fiquei impressionada com isso.
"Em time que está ganhando não se mexe." É mais ou menos por aí. A programação da Globo é um espelho para emissoras que tem a pretensão de ser tão grandes quanto. Concordo que o horário da tarde é mal aproveitado, mas ninguém achou ainda o conteúdo exato para o público que assiste TV aberta nesse horário. E na minha humilde opinião, com o passar dos anos isso se torna tarefa cada vez mais difícil, já que está cada vez tudo mais segregado.
ResponderExcluirBom,gostei do texto em partes,concordo quando diz que o cinema brasileiro tem que ser mais valorizado,essa sempre foi uma queixa minha.Mas gosto sim dos classicos,como o proprio Karatê Kid que foi citado anteriormente,quer quera ou não,passa uma mensagem de superação,percistência,tambem tem os romanticos como Dirty Dancing,O Guarda Costas,que trata de amor incondicional,aquele onde não liga para o que os outros pensam e seguimos em frente,e fora o Meu Primeiro Amor,que fala do amor puro,simples.Enfim classicos que tem sua graça,que lembra a infancia a adolescência de muita gente,inclusive a minha.Eu sinceramente ficaria muito triste se acaso esses filmes deixasem de passar.
ResponderExcluirRealmente os filmes da sessão da tarde são muito repetidos, mas acho que se eles dão audiência deve ser porque muitas pessoas assistem. Particularmente adoro filmes da sessão da tarde que são mais antigos e praticamente clássicos. O cinema brasileiro deve ser valorizado claro, mas não acho que a sessão da tarde seria o lugar.
ResponderExcluirLove In The Afternoon
ResponderExcluirLegião Urbana
É tão estranho
Os bons morrem jovens
Assim parece ser
Quando me lembro de você
Que acabou indo embora
Cedo demais
Quando eu lhe dizia
Me apaixono todo dia
É sempre a pessoa errada
Você sorriu e disse
Eu gosto de você também
Só que você foi embora...
Cedo demais!
Eu continuo aqui
Meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você
Em dias assim
Dia de chuva
Dia de sol
E o que sinto não sei dizer...
Vai com os anjos
Vai em paz
Era assim todo dia de tarde
A descoberta da amizade
Até a próxima vez...
É tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você
E de tanta gente que se foi
Cedo demais!
E cedo demais...
Eu aprendi a ter
Tudo o que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu que tive um começo feliz...
Do resto não sei dizer
Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre mais eu sei
Que você está bem agora
Só que neste Ano
O verão acabou.
Cedo demais!
Obrigada a todos que comentaram e apreciaram a minha escrita. Fico feliz que tenham gostado do meu texto e, principalmente, agradeço aos elogios que recebi tanto aqui, como no Twitter e Facebook. Só lamento pelos comentários anônimos, como este acima, que me deixam curiosa. Quem terá me mandado uma música... Enfim, prometo um ótimo texto para a próxima postagem e aguardo os próximos comentários com críticas, elogios, sugestões, etc.
ResponderExcluir*Se os donos do Blog me chamarem novamente! hehehe #TodasSeConvida!
Att,
Millena Nogueira