TV x Internet. O UFC da Mídia

Essa é praticamente uma continuação do post “A Integração já Chegou”. Quando li o texto do meu amigo Betow Rezende, tive aquela sensação de “cara, é isso! Tirou as palavras da minha boca”. A Internet tá aí. E pronto. O tal comportamento da Rede Globo em relação a postagem de vídeos de seus programas na internet demonstra uma ainda considerável falta de preparo para lidar com a situação. É um caminho irreversível. E agora?

Quando um veículo de comunicação aparece, sempre há aquela história de que ele vai acabar como o que já existe, como aconteceu com a televisão, que iria acabar com o rádio. Essas teorias são passado e, hoje em dia, todo mundo já sabe que são balela. O ser humano tem por natureza a necessidade de se comunicar. Se ainda inventarem outros meio de comunicação, serão utilizados. E pronto. Só o que os outros meios precisam fazer é, ao invés de ficarem enciumados e fazendo birra, aprender a conviver. Até porque Internet é a bola de vez. Que seja tirado proveito!

Me parece que a preocupação atual decorre do fato de que a internet “ameaça” praticamente todos outros meios. Revista? Tem na internet. Jornal? Tem até exclusivo por lá. As rádios? Praticamente todas tem seus players no site. E por aí vai. Acredito que o problema com a televisão é dinheiro. Toda produção televisiva, por menor que seja, sai bem mais cara do que criar uma nota para rádio, por exemplo. Talvez por isso a resistência em, de uma hora pra outra, ver seu produto disponiblizado, gratuitamente, para milhões de pessoas, e sem dar retorno - financeiro - algum.

Engatinhando
Já é possível ver alguns canais procurando se integrar à Internet. No entanto, me dá sempre a sensação de que fica algo a desejar. A maioria dos vídeos postados é exatamente uma cópia do material exibido na TV, sem tirar nem por. Já é uma iniciativa interessante, levando em conta tamanha resistência a essa disponibilidade, como comentado no início, mas creio que, em se tratando do mundo da Internet e as ferramentas e os recursos que ela oferece, não deve-se limitar a isso. Em certas páginas, ainda arriscam um parágrafo de comentário do entrevistador ou apresentador, ainda não acho suficiente.

Precisa-se pensar no que o canal quer: reproduzir o conteúdo da TV na Internet ou produzir novos e diferentes conteúdos especificamente para ela? Pra mim, a melhor opção (e arrisco dizer ser uma tendência) é uma combinação dos dois. Vamos pegar como exemplo um capítulo de novela, com enredo ou cena marcante. No dia seguinte, já não tem mais como explorá-lo em termos de audiência, certo? Errado, tem sim. Na Internet, oras! O “número de visualizações” é o IBOPE da Internet. E isso pode tranquilamente gerar publicidade, seja inserindo breves vinhetas das marcas no próprio vídeo ou com banners e links na página. Vários blogueiros ganham dinheiro com esse tipo de coisa.

Para complementar o conteúdo, por que não uma entrevista com o ator daquela cena marcante, dizendo como foi gravá-la, ou com o produtor de efeitos que fez uma cena simples se tornar um espetáculo, ou o making off da gravação, ou uma conversa com o diretor dizendo se tudo foi feito exatamente como planejado antes ou se tiveram que fazer alterações e improvisos na hora? Enfim, Aí é muito pano pra manga. Pode-se aproveitar para inclusive criar um quadro desses como um “Curiosidades Guaraná Antártica”, “Havaianas Entrevista”, “Bastidores com Avon”.
Você pode pensar “nossa, mas tudo tem que botar marca, publicidade”. Nenhum veículo vai criar algo assim porque é bonzinho e quer que todos tenham acesso, pensando na liberdade da comunicação. É preciso encontrar um jeito em que se consiga ganhar dinheiro, e não há nenhum mal nisso. É trabalho. E necessita de investimento. E se for para produzir vídeos para internet, sugiro a leitura do texto de Pedro Tourinho, intitulado Videos Made For Web. O texto fala por si e me faz poupar bastantes palavras.

Integração
Já perdi a conta de quantas vezes liguei a televisão por causa do Twitter, só para ver algo que estava sendo comentando. É, digamos, aconselhável, pensar também nessas estratégias: perfil no Twiter, página no Facebook e, entre outros, a própria televisão. A Internet pode ser um meio de chamar público para o que vai passar na TV e vice-versa. No primeiro caso, um vídeo no site com a escalada do programa. No segundo, ao final do programa, aquele encerramento “acesse o nosso site www... e veja entrevista exclusiva (...)”. Um levando audiência pro outro. E a briga vira uma linda amizade. =)
Claro que não consigo abranger tudo aqui, até porque estamos falando de Internet, e “tudo” nesse meio é palavra incabível. Se virem exemplos de produção/exibição de conteúdo de canais de TV na Internet que considerem interessantes, bem trabalhados, ou não, compartilhe aqui com a gente nos comentários. Quem sabe dá pano pra manga para um outro post.

1 Resposta aos " TV x Internet. O UFC da Mídia "

  1. Certíssimo! A interação tem que estar cada vez mais presente. Transmedia é o futuro!

    ResponderExcluir

Obrigado por seus comentários